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Plano de ação para implementação do IPv6

02 de Junho de 2020

Há muito tempo se comenta a respeito da implementação de IPv6, essa movimentação tem origem nas limitações matemáticas intrínsecas ao IPv4 que permite o endereçamento de até 4.294.967.296 dispositivos ou nós de rede devido a sua estrutura de 32 bits, para resolver este problema, tendo em vista que atualmente passamos dos 7 bilhões de habitantes na terra foi estruturado o IPv6, um protocolo “substituto” que com sua estrutura de 128 bits tem capacidade de endereçar 340 undecilhões de dispositivos ou nós de rede número mais que suficiente para manter e expandir a internet que conhecemos, a internet teve um aumento de 1000% desde o ano 2000 e tende a continuar avançando, portanto o IPv6 é tão importante.

Embora as primeiras ideias a respeito do IPv6 sejam datadas de 1990 ainda não tivemos uma implementação massiva por parte dos operadores de rede, por conta de artifícios paliativos como o CGNAT tivemos uma sobrevivência do IPv4 até a atualidade, algo em torno de 25% de todo o tráfego mundial é IPv6, ou seja, ainda temos uma grande caminhada pela frente, para que tudo funcione com o menor impacto possível é preciso planejamento, deste modo, veremos nos próximos parágrafos pontos de atenção e como se portar para que o êxito dessa implementação seja garantido.

Para iniciarmos a implementação desse protocolo em nossas redes devemos principalmente realizar uma mudança cultural, frases como “ainda não tem nada em IPv6!” e “a operadora X ainda não implementou, porque vou implementar?” devem ser extintas do vocabulário, haverá uma infinidade de barreiras no cenário real, mas tenha em mente que podem ser derrubadas, algumas perguntas podem ser feitas para ajudar no processo de implementação como “meus equipamentos tem suporte ao IPv6?”, nesse ponto é importante validar se todos os equipamentos dão suporte ao protocolo desde o seu backbone até a casa do assinante, uma outra questão é “meu fornecedor de banda pode me entregar uma sessão BGP IPv6?”, se a resposta a essa pergunta é não, isso pode se tornar crítico, mesmo entregando IPv6 no assinante ele não terá conectividade com a internet, ou seja, talvez seja hora de buscar um fornecedor mais comprometido com essa questão, com esses pontos verificados é importante criar uma estratégia para implementar sem impacto, preparar o backbone causa pouco ou nenhum impacto dependendo do cenário, esse deve ser o primeiro passo, existe uma série de técnicas para essa implementação desde o dual-stack padrão com OSPFv3, até técnicas mais complexas como o 6PE/6VPE que demanda de uma estrutura MPLS para transporte do IPv6, lembrando que para que o IPv6 funcione de maneira totalmente satisfatória a rede tem que estar funcionando bem com o IPv4, ou seja, no que tange a arquitetura e dimensionamento de equipamentos deve estar tudo bem acertado, quanto a implementação ao usuário final, o ideal é segregar as áreas de implementação, comece pelo escritório de sua empresa, analise o comportamento de utilizar o IPv6 no dia a dia, com tudo em ordem o próximo passo é implementar em sua casa e na casa dos funcionários, é importante realizar esse processo até mesmo para preparar sua equipe de suporte para tratar as particularidades relacionadas a mudança de protocolo, o primeiro concentrador deve ser escolhido sabiamente, geralmente orienta-se que o menor deles seja selecionado para passar pelo processo de implementação, após adicionar IPv6 a ele é importante acompanhe o nível de chamados abertos para seu suporte que esteja relacionado ao IPv6 vindo desse concentrador, trate-os e prepare a equipe com treinamentos caso identifique alguma lacuna de conhecimento ou algo do gênero, quando tudo estiver ocorrendo com naturalidade é hora de definir um cronograma para levar o v6 aos demais concentradores da rede.

Importante saber que o IPv4 continuará na ativa durante muito tempo ainda, porém devemos nos movimentar o quanto antes para implementar o IPv6 em nossas redes, isso irá garantir que sua empresa esteja de acordo com novos serviços e tecnologias que utilizem tal protocolo, seguindo um planejamento simples é possível fazer essa implementação de forma organizada e sem desembolsar uma quantia significativa em um curto período.

 

Luis Silva – Professor, Consultor e Palestrante VLSM

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