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O PROVEDOR, A OPERAÇÃO E A DINÂMICA DE SEU CAPITAL

08 de Setembro de 2020

O PROVEDOR, A OPERAÇÃO E A DINÂMICA DE SEU CAPITAL

Fontes de Financiamentos de Investimentos e de Capital de Giro

 

Por diversas ocasiões, tenho me posicionado em encontros com provedores, em cursos, consultorias, e outros eventos, a respeito do cuidado com os RECURSOS FINANCEIROS, com a mesma relevância com que se preocupa com as outras frentes da operação. É importante a estrutura, a comercialização, as pessoas e as finanças. A atividade demanda investimentos e capital de giro constantes e, por isso, O PLANEJAMENTO FINANCEIRO é essencial para que possa haver equilíbrio orçamentário. Esse equilíbrio importa em que os investimentos sejam efetuados aliados a preocupação de que o capital de giro associado ao investimento não pode ser esquecido.

Mas qual é exatamente a diferença entre investimentos e capital de giro? O Recurso de fato é todo financeiro. Mas é importante separar os valores pois, o prazo de retorno dos recursos ao caixa da empresa são diferentes.

O CAPEX – Capital Expenditure, na terminologia em inglês, largamente utilizada, representa os investimentos e estão vinculados a recursos aplicados em estruturas e bens de natureza permanente e com um tempo maior de retorno. O working capital, ou capital de giro, como se traduz do título em inglês, é o capital de trabalho, de giro literalmente, pois ele mantém-se em movimento, pagando e recebendo os recursos decorrentes da atividade do provedor, ou seja, os pagamentos das compras de mercadorias e serviços e o recebimento das vendas.  Exemplos claros dos dois tipos de recursos ocorre quando ativa-se clientes novos. A rede construída é um investimento, e os recursos utilizados para construí-la são tratados como CAPEX. Também é CAPEX os equipamentos adquiridos e fornecidos ao cliente em comodato, usualmente, ou seja, a ONU e o roteador. A mão de obra para a ativação, o drop, conexões e ferragens aplicadas representam o working capital, ou o capital de giro.

Notemos que o prazo de retorno dos dois tipos de recursos são diferentes, sendo o dos investimentos de médio e longo prazo e o do capital de giro de curto prazo.

Também a manutenção da atividade da empresa toda, em todos os seus departamentos, os recursos são os de capital de giro.

Assim, para não correr o risco de investir e depois não haver o capital para “girar” os investimentos efetuados por falta de recursos, é notória a necessidade de equilibrar os dois recursos e planejar a forma de obtê-los, entendendo perfeitamente como esses capitais retornam ao caixa da empresa e assim financia-los com fontes adequadas.

 

 

 

 

 

 

  

O QUE INVIABILIZA UMA EMPRESA NÃO É A FALTA DE IMOBILIZADO (investimentos) MAS SIM A FALTA DE CAIXA (capital de giro) PARA FAZER OS INVESTIMENTOS GERAREM MAIS CAIXA.

Essa máxima vale em qualquer atividade, mas na atividade de provedor de internet, além de outras, torna-se ainda mais validada. Construir uma rede e não poder ativar clientes é algo desesperador para o provedor. E muitas vezes, o provedor constrói a rede com capital próprio e, por não ter os recursos de giro, financia o capital de giro, o que implica em linhas de financiamento mais caras e de menor prazo, implicando em custos mais altos e impacto direto do resultado da empresa, na sua geração de caixa, que, muitas vezes, agregado a pagamento de dividendos aos sócios (distribuição de lucros), acaba por levar a um endividamento e um processo espiral de crescimento da dívida e dos custos financeiros e redução na geração do caixa (lucro). Os resultados desses eventos, eu imagino, é conhecido por todos, um processo de deterioração do capital da empresa, cerceamento dos investimentos e alta exposição aos concorrentes.

E o que pode ser feito para evitar esse processo?

É necessário PLANEJAMENTO. E o planejamento ocorre onde há uma gestão aplicada no equilíbrio orçamentário.

Sabemos que a maioria absoluta das empresas, e em especial os provedores de internet, passam por um processo de NASCIMENTO, CRESCIMENTO e, infelizmente, por último, SE ORGANIZAM.

Seria muito bom se conseguíssemos nos organizar desde o nascimento para o processo de crescimento.

Considerando sempre que esse NÃO É UM MUNDO PERFEITO, nunca é tardio para a ORGANIZAÇÃO. E esse processo pode ser iniciado a qualquer tempo, bastando uma decisão de fazê-lo. E há que se começar PLANEJANDO.

Para planejar é imprescindível um ponto de partida. E o ponto de partida é um retrato atualizado da empresa, uma posição da sua estrutura patrimonial, ou seja, ter, em qualidade, quantidade e valor, devidamente demonstrado, o que a empresa possui, seus bens e direitos, e o que essa empresa deve a terceiros e aos seus acionistas, seus sócios. A esse retrato, chamamos de posição da estrutura patrimonial, tecnicamente, o demonstrativo dos seus ATIVOS E PASSIVOS.

A partir desse retrato, a empresa pode então, com base no seu patrimônio, na sua força de vendas e considerando o mercado onde atua e as suas demandas, efetuar o Planejamento Estratégico e assim definir claramente o que vai fazer, o que provavelmente e usualmente é, CRESCER.

Definido estrategicamente como será o crescimento, partimos para elaborar o ORÇAMENTO, peça fundamental para obter-se o equilíbrio do capital. Pode parecer complexo, mas não é e pode ser implantado em empresas de todos os tamanhos, baseado nos controles internos, ainda que simplificados dependendo do tamanho da empresa.

 

Uma preocupação importante do gestor, ao decidir investir e por consequência entender que há que associar o capital de giro ao investimento, é definir qual ou quais serão as fontes de financiamento dos investimentos e do capital de giro associado.

Primeiramente, se os recursos são próprios ou de terceiros.

 

RECURSOS PRÓPRIOS =            LUCROS ACUMULADOS (não distribuídos)

                                                      NOVOS APORTES DOS SÓCIOS

 

RECURSOS DE TERCEIROS =      INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

                                                       INVESTIDORES (Com ou sem ingresso na sociedade)

 

A CAPTAÇÃO DE RECURSOS para o crescimento é essencial ser definida antecipadamente, e assim ter as ações orientadas nesse sentido.

Se capitalizada, a empresa poderá utilizar de recursos próprios, porém há que entender que não deve comprometer seu capital de giro. O aporte dos sócios, em aumento ao capital da empresa e o aporte de novos sócios ou investidores não sócios, mas comprometidos com o risco em troca de uma parte dos lucros, é a captação de menor custo pois o retorno esperado é advindo do resultado da empresa, e o retorno do capital é por prazo indeterminado, usualmente. Já o recurso obtido de instituições financeiras tem como característica a remuneração do capital independentemente do resultado, através dos juros pagos e também o retorno do capital em tempo determinado. Ou seja, o banco não divide riscos, já que remunera o capital com juros e se cerca de garantias para o recebimento do capital. Por outro lado, os sócios atuais mantém o controle total dos negócios.

A recomendação, sempre, é a de NÃO COMPROMETER O CAPITAL DE GIRO.

Se a decisão for de captação de terceiros, sendo investidores, que podem ser sócios não gestores, ou sócios gestores, ou até investidores não sócios, há que se preocupar em estabelecer regras claras da forma de apuração do resultado e da distribuição dos lucros, o pagamento dos dividendos.

Se decidido por captar junto as instituições financeiras, a primeira preocupação é de captar os recursos através de operações destinadas a investimentos e que sejam amparadas por um projeto de viabilidade econômica e financeira, de forma que o valor, o custo (juros) e o prazo de pagamento estejam adequados ao investimento e ainda possa financiar o capital de giro associado ao investimento.

Esse tipo de recurso é encontrado em linhas, junto aos bancos comerciais, que chamamos de LINHAS DE REPASSE, onde os bancos repassam, por uma remuneração de risco, recursos do BNDES usualmente. Há instituições que operam recursos próprios de investimentos, mas certamente com um custo maior. Dependendo do valor do projeto, a captação pode ser direta, junto ao BNDES, o que implica em custos financeiros menores.

Todas as opções necessitam, claro, passar por um PLANO. E o plano é obtido através do PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO. Efetuados os investimentos, e a gestão voltada para a geração de caixa, comprometida em praticar as ações que levem a empresa a obter resultados positivos, a possibilidade de êxito é sempre bem maior.

Estamos passando por um momento bastante importante, entre a recuperação econômica do país, iniciada após um período de estagnação, entre 2014 e 2018, nos deparamos com uma pandemia que, afinal, incrementou negócios no segmento de provedores, mas também trouxe uma mudança e um desafio, aliada ao franco crescimento do processo de consolidação do setor e de forte concorrência. Com muitas oportunidades, ainda, para as empresas de todos os tamanhos, mas que estejam preparadas e para isso é necessário que se organizem. No cenário que se projeta, prevalecerá o profissionalismo, a boa gestão. Se necessário busque uma assessoria. O gestor, ao se organizar, consegue planejar e reduz os riscos; Toma e aplica os recursos de forma adequada e mantém o crescimento com a manutenção da saúde financeira da empresa.

 

 

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